O Blumerangue é o blog em que compartilho diariamente meus aprendizados sobre criatividade, autoconhecimento e sobre a vida. É bom demais ter você aqui!
No final desse ano de 2023, as férias, finalmente, vieram.
Eu aproveitei alguns dias tranquilos para apenas ler, me exercitar, cozinhar e descansar, tanto em casa quanto numa curta viagem às montanhas frias da linda Monte Verde, em Minas Gerais – “Minas, meu país!”, gritam leitoras e leitores mineiros neste momento.
25 de Dezembro, 9 horas da manhã do dia de Natal. Voltávamos da capital para o interior quando o carro começa a reclamar.
Os barulhos vinham de algum canto. Procuro um lugar seguro, encosto o carro e checo os pneus, tudo ok. Vamos seguir viagem então…2 metros à frente… tumtumtum.
Encontro um posto de gasolina, desejo Feliz Natal e encosto o carro. É algo do motor. Ainda bem que alguém inventou o seguro automotivo. Chamo o guincho.
Um sofá confortável. Rever uma série querida. O prato de sempre no restaurante de sempre. Pegar o mesmo caminho pra casa. Claro que tem toda uma graça no conforto. É bom demais!
Só não tem o que a gente não vê. E o que a gente não vê é nada de novo.
Eu fiquei um largo tempo sem acompanhar o tênis, esse esporte que tem meu coração, mas nesse último domingo, dia 10, eu pude ver de novo o que vi bastante, na verdade, vi precisamente 24 vezes, nos últimos 10 anos ou mais: Novak Djokovic vencer um torneio de Grand Slam de tênis.
Novak, o mais novo do tal do Big 3 (junto com Rafa Nadal e o glorioso Roger Federer), é recordista de troféus e vitórias. É, a quem ouve isso soa como tudo sendo flores na vida, mas é o mais distante disso do que possa parecer.
Inclusive, o texto de hoje é muito menos sobre vitórias e troféus e muito mais sobre encontrar prazer no desconforto. Soa desconfortável até lendo, né?
Mas é isso, o Nole, apelido carinhoso de Novak, é essa pessoa: ele consegue achar o seu lugar, no meio do forfé de uma alta temperatura, alta umidade, dores no corpo, no último jogo de um longo torneio e com um cara complicado do outro lado da quadra que te faz correr com bolas velozes e brutas.
Não é preciso ser o grande Fino, Fernando Meligeni, ou mesmo os ótimos narradores que já acompanham o tênis e o Nole a tempos para notar. Alguém assistindo pela primeira vez, notaria.
Não é que ele encontra conforto no desconforto. Não. Quanto mais desconfortável, mais ele gosta. Ele encontra contentamento, ele acha o espaço de ser ele mesmo ali, no corre, na poeira, no suor, no desconforto.
E num esporte – que eu gosto tanto porque muito se equipara à vida – em que detalhes, decisões, constância e mentalidade importam tanto, quem mais encontrar alegria e espaço para ser quem se é no desconforto, notavelmente mais longe chega (seja qual for o destino em pauta).
Nole chegou 24 vezes – só falando dos maiores torneios, os Grand Slams. E só tem 4 desses por ano. Fale-me sobre desconforto, Nole!
A cerejinha do bolo de Novak? A camiseta em homenagem ao maior atleta ligado ao número 24 e que também adorava um desconforto: o seu amigo Kobe.
Depois de uns bons anos, eu peguei a mochila, assoprei a poeira, espirrei algumas vezes, encontrei uma embalagem de gel de carboidratos dura feito pedra e vencida há 7 anos e fui jogar tênis.
Eu me apaixonei pelo tênis ainda adolescente, graças ao Guga Kuerten e aos jogos de Roland Garros transmitidos pela TV Manchete – a entrega da idade está aí. Afinal, não é todo jovem magrelo com sorriso largo que tem outro jovem magrelo com sorriso largo pra se identificar no esporte…
Eu me virava bem no futsal, mas nunca fui dos mais habilidosos. Eu já tinha feito atletismo, judô, karatê… naquele tempo, as aulas comunitárias da prefeitura eram excelentes. Bons tempos onde a molecada tinha, literalmente, pra onde correr.
Tudo me fazia bem, mas nem tudo eu fazia bem. E tudo bem também.
Mas daí eu conheci o tal do tênis, que eu comecei jogando contra a parede de casa com uma raquete de madeira, daquelas de frescobol mesmo. Nas aulas de atletismo eu encontrava bolinhas perdidas próximo à quadra de tênis e de lá, iam para a parede de casa levar raquetada de madeira.
Depois de muito teimar, num aniversário, meus pais me deram uma raquete de tênis, real, com cordinha e tudo. Eu lembro desse dia até hoje. Consigo lembrar do cheiro que a raquete e sua capa de borracha tinham. Dali em diante, eu passava duas, três, quatro horas seguidas no paredão do centro esportivo da cidade tentando aprender os movimentos que eu via como passo-a-passo em figuras em sites sobre o tênis (e nada de vídeos, YouTube não era nem idéia na cabeça de seus criadores ainda, que provavelmente estavam no ensino fundamental).
Encontrei amigos que jogavam, fiz muitos amigos nas quadras públicas que joguei. Todo fim de semana era sagrado, faça sol ou faça mais sol ainda.
Tudo isso para falar que, depois de muitos anos parado, eu relembrei quão divertido é estar em quadra dividindo aprendizados com gente boa.
O tênis não tem limites. Dos 8 aos 80 você se diverte. Ele pode ser cheio de disputa, ou ser cheio de risada, ou ser cheio de aprendizado para si mesmo, e ser, num jogo só, essa mistura toda aí.
Voltar a jogar tênis não é bem igual a andar de bicicleta que você nunca esquece. Na verdade, até é. Devagar você vai começando e os braços e pernas vão relembrando. Mas timing é um negócio que faz falta no tênis. É como na vida, tudo tem seu ritmo e a hora certa, quanto mais a gente vive e pratica, melhor ficamos em perceber esse ritmo e esses momentos. Se nos fechamos, perdemos o jeito.
Ah, o esporte… Quando eu aprender algo novo na volta das raquetadas – e isso é certo, como na vida, a gente sempre aprende – eu corro aqui e te conto.
A época ao redor dos 15 anos é um tempo diferente.
Havia pouco tempo, éramos criança. Logo mais, seremos jovens adultos. É esse espaço no meio dos dois que é confuso, porém divertido como poucas épocas na vida.
As amizades desse tempo são uma coisa especial. Pra quem tem sorte – amém, eu tive bastante – é possível conviver e viver com uma galera que ri de tudo, que sofre pelo amor do coração ainda jovem, uma galera que também sonha lá pra frente ao mesmo tempo em que quer deixar sua opinião, sua marca e até sua “revolta” naquele presente.
Independente dos temas, é a amizade dessa época que faz a coisa ser tão especial como é. Mesmo no meio do turbilhão que é entender nossas emoções nessa época, mesmo com uma briguinha aqui, uma carinha virada ali, natural da idade, a amizade desse tempo é especial.
A gente nunca pensa, aos 15, que daqui 15 tudo pode estar muito diferente. Podemos ter famílias, empregos, viagens, problemas. Jamais aos 15 você pensa que daqui 15, alguém pode não estar mais por aqui, pode “se encantar” como diria Rubem Alves, e partir brilhar em outro lugar lá pra cima.
Essa carta é cheia de nostalgia e também é um lembrete, um lembrete para os 15, 30, 60, 80. Um lembrete feliz, pra gente viver o hoje com quem estamos vivendo hoje, e viver bem! Viver de bem. Não tem nada mais gostoso que dividir a vida com as amizades. Sejam 2, sejam 12.
É um lembrete que o hoje passa rápido, mas passa mais rápido se a gente não dividir. Engraçado, né?
E não digo dividir de preencher seu álbum na rede social com as fotos posadas, mas de estar, de verdade, aqui, agora. 15 anos… Tire fotos. Grave vídeos. Mas mais do que isso, grave na sua memória cada momento, risada, piada, zoeira. Cada alegria.
Os 15 são especiais. Os próximos 15 e os demais, também são, assim como cada memória que vai ficar. Aproveite.
Texto dedicado a querida amiga dos 15, Paulinha Cestari, que ficou encantada e foi brilhar numa outra morada, lá do alto.
Ok, já passamos a fatídica primeira semana do ano. Acredito que, com isso, esteja liberado oficialmente falar de metas de ano novo sem ser tão piegas assim.
Porém, estamos aqui na verdade para não falar sobre metas de ano novo. Ou as não-metas de ano novo? Ou as mesmas metas num ano novo? Enfim…
Tenho visto muito pelos canais sociais a fora a mensagem do “ano novo, mesmo eu”.
É aquilo, quando algo ressoa, as pessoas usam mesmo, sem limites. Por fim, eu também me simpatizei com a coisa na primeira vez que li; Me fez parar e refletir.
Na verdade, na verdade, eu já não tinha criado metas para o ano, já que o que acontece é que elas acabam ficando engavetadas e em março eu já nem lembro o que eu tinha prometido e me comprometido.
Ao contrário disso, esse ano mesmo antes de ver a moda do “ano novo, mesmo eu”, eu já tinha parado para pensar que cara eu gostaria que meu 2023 tivesse. E ele teria então cara de: continuidade e consistência.
2022 foi um ano acelerado por aqui. Corrido, intenso, movimentado, mas que eu pude evoluir (nem foi começar, foi evoluir) coisas que eu considero importantes na vida.
Pra quem me acompanha no Instagram já deve ter cansado de ver meus posts de manhã, depois que acordo o galo pra cantar e vou pra academia treinar e posto o “tá pago” do dia – sem escrever “tá pago”, eu juro. Mas falando sério, me exercitar tem me feito um bem incrível, principalmente pela manhã. Com o TDAH, a agitação, o dia-a-dia… os treinos me ajudam a focar no momento, a já entregar alguma coisa pela manhã da qual eu me esforcei pra fazer acontecer, que exigiu meu foco, presença e concentração e algo que me orgulho, já que estou fazendo pela minha saúde (física e mental).
Atrelado diretamente a isso vem a alimentação. Desde 2020, nós aqui em casa resolvemos diminuir bastante o consumo de carne. Com isso introduzimos mais vegetais na alimentação, mais grãos, mais frutas e etc. Outro hábito que quero manter. Não aumentar, só de manter e ser consistente já estará ótimo. O mais legal é que a alimentação por fim reflete nos exercícios, que reflete no trabalho, enfim, uma cadeia de reflexos positivos.
…
Ah sim, no entanto, voltar a blogar, criar conteúdo e compartilhar com vocês, essa sim foi o que eu chamei de “re-meta”. Já foi um objetivo um dia, hoje ele voltou com uma outra missão, a missão de deixar um tipo de “legado”. Não é nova a meta, mas tá precisando ganhar consistência. Acompanhe…
…
Enquanto isso, sigo lutando com desejos antigos e que, um dia, já foram metas, como ler mais livros por exemplo. Esse ainda não encontrei a solução. Mas tudo bem, devagar e com tentativa e erro, a gente chega lá.
O fato é que, depois que eu coloquei um objetivo um pouco mais prático, com motivações um pouco mais enraizadas no que me faz bem – depois de me conhecer e experimentar muito – a coisa fluiu.
Eu não posso falar que cumpri minha “meta de fazer mais exercícios”, ou de “comer melhor”. Por que a meta, afinal, é continuar fazendo exercícios e continuar me alimentando bem. Consistentemente.
Como dizem, o novo ano é um novo ciclo. Mas quando a gente lembra que o novo dia também é um novo mini-ciclo, então fica um pouquinho menos complicado levantar e cumprir a meta de fazer o exercício de hoje e cuidar do almoço de hoje.
Por um ano de mais bons e leves compromissos com você! Contínuos, consistentes, novos ou re-metas. O importante é o bem que traz.
O primeiro calendário, acredita-se, surgiu na Mesopotâmia com os sumérios por volta de 2700 antes do Cristo.
O calendário gregoriano, esse que usamos hoje, adotado por boa parte do mundo (sim, existem outros em outras partes do mundo) foi criado pelo monge Dionísio, no século VI e oficializado em 1528.
Tudo isso pra dizer que: se faz tanto tempo e a gente continua usando, de fato acreditamos que é importante a gestão dos dias, entendimentos dos meses, semanas e as fases da lua.
A pergunta que ressoa é: mas será que às vezes não damos poder (não importância, poder!) demais para os calendários?
Eu quero dizer, o calendário é uma ferramenta, e das mais essenciais! Não atoa está aí conosco há tanto tempo e hoje nos acompanha com alertar nos smartphones, smartwatch’s… é coisa de smart mesmo então.
Dia desses me deparei com um texto do Seth Godin que trazia algumas boas reflexões ao redor de calendários e oportunidades não aproveitadas.
A nossa mente não funciona com horário marcado.
A nossa criatividade não funciona como um calendário com compromisso marcado com a criação.
Idéias podem surgir em momentos que o cérebro está em funções mais relaxadas do que enquanto trabalhamos.
Se falarmos da natureza então…
Pode ser que hoje, dia de você ir no supermercado esteja sol pra você poder pegar uma onda, dar uma corrida no parque. E amanhã, dia de lavar a roupa, pode ser que chova.
A sugestão do Seth é muito pertinente nisso. E olha que doido, se a gente pensar assim, a gente consegue até se planejar melhor!
Planejar tempo extra. Planejar estar presente no momento presente. Planejar observar, se adaptar. Planejar um tempo sem nada que ocupe a agenda.
Essa mentalidade não nos ajuda a ter mais insights, mas a reconhecer quantos insights deixamos passar por dia. Ajuda a aproveitar a criatividade quando a criatividade aflorar. A desenvolver a idéia 5 minutos a mais quando a idéia surgir.
Ajuda a cuidar da saúde, afinal, sem ela, nada adianta um bando de idéias criativas.
Todos temos nossos muitos calendários. Temos o calendário pessoal, temos também o calendário de quem convive conosco. Temos o calendário do trabalho.
Mas o tempo, esse é responsabilidade nossa. Você gerencia o seu.
Quanto aos demais calendários conosco compartilhados? A gente pode conversar, negociar, organizar. Planejar. Moldar e remodelar, combinar e mesclar, desde que cada decisão esteja nos ajudando a chegar onde estamos trabalhando pra chegar.
Então combinado, nos vemos quarta-feira. Ou quinta, depende do seu calendário.
English Version
Mine, yours and our calendar.
The first calendar is believed to have emerged in Mesopotamia with the Sumerians around 2700 BC.
The Gregorian calendar, the one we use today, adopted by most of the world (yes, there are other calendars around the world) was created by the monk Dionysus in the 6th century and made official in 1528.
All this to say that: it’s been so long and we keep using it. In fact we believe that it’s important to manage the days, understanding the months, weeks and moon phases.
The question that resonates is: but don’t we sometimes give too much power (no importance, power!) to calendars?
I mean, the calendar is a tool, and one of the most essential ones! No wonder it’s been with us for so long and today it’s attached to us with alerts on our smartphones, smartwatch’s… it’s a smart thing huh?!
The other day I came across a text by Seth Godin that brought some good reflections around calendars and unseen opportunities.
Our mind doesn’t work with an appointment.
Our creativity does not work like a calendar spot.
Ideas can arise at times when the brain is in more relaxed state than when we are responding to emails.
If we talk about nature then…
It may be that today is the day you go to the supermarket, but it’s sunny so you can go surf, or maybe go for a run in the park. And tomorrow, laundry day, it might rain.
Seth’s suggestion is very, very practical. And look how crazy: if we think like that, we can even plan better our calendars!
We can plan extra time. Plan to be present in the present moment. Plan to observe, plan to be ready to adapt. Plan a time to have a clear schedule! I mean, brain explosions right?
This mindset doesn’t help us to have more insights, but to recognize how many insights we miss each day. It helps to embrace creativity when creativity arises. To develop an idea 5 minutes longer when the idea comes up.
It helps to take care of health. After all, without it, a bunch of creative ideas are useless.
We all have our many calendars. We have our own agendas, we also have the calendar of those who live with us. We have the work calendar too.
But time, that’s our responsibility. You manage your time.
As for the other calendars shared with us? We can talk, negotiate, organize. We can plan. Shape and reshape, combine and merge, since every decision on the time we spent is influencing us get to where we’re working to get.
So, ok then, see you Wednesday. Or Thursday, depending on your calendar.
Bem como a vida, o jazz é uma coisa complexa e maravilhosa. Talvez a maravilha toda esteja na sua complexidade, afinal.
Descobri meu gosto… não, gosto não, não é só gosto, meu apreço, isso…Descobri meu apreço pelo jazz por volta dos 20 anos. É eu sei, um sabor musical diferente pra alguém dessa idade.
Porém, agradecimentos precisam ser documentados aqui aos meus queridos amigos que foram e seguem sendo maravilhosas influencias aos meus ouvidos musicalmente.
Uma das primeiras vozes femininas que eu ouvi quando comecei a ouvir jazz foi a de Ella Fitzgerald, a “Primeira Dama da Música”.
Sejam suas músicas ao lado de Dizzy Gillespie, numa Big Band (as famosas bandas de jazz) ou as músicas que mais funcionam como uma máquina de viagem no tempo, cantando em dupla com Louis Armstrong – especialmente em tempos de Natal e virada de ano, as músicas natalinas dessa dupla ecoam aqui em casa com tanta doçura quanto a época pede.
A voz de Ella é inconfundível, mas quase foi também irreconhecível.
Ella Fitzgerald teve um histórico de vida complexo. Tão ou mais complexo que o jazz, mas definitivamente tão complexo quanto a vida. Ficou órfã muito jovem, deixou cedo a escola para trabalhar, viveu nas ruas de Nova York e chegou a trabalhar até como vigia de bordel.
Numa noite, no icônico Apollo Theater, Ella estava esperando sua oportunidade para se apresentar na “Noite Amadora” – com um porém importante: Ella ia apresentar um número de dança. Sim, dança.
Sua paixão pela música foi herdada da mãe, que faleceu quando Ella tinha apenas 14 anos. Seu sonho na música era então o de ser dançarina e por isso foi ao Apollo Theater na esperança de se apresentar.
Naquela noite soube que outras duas irmãs se apresentariam com um número de dança e então, quando foi chamada do meio da platéia para sua oportunidade ela repentinamente mudou de ideia e foi para o microfone.
Ella cantou “Judy”, uma das músicas favoritas de sua mãe e, pra nossa sorte, encantou muita gente naquela noite. Daí em diante se apresentou em pequenos palcos, conheceu grandes músicos e contou até com o apoio de Marilyn Monroe que avisava: se Ella Fitzgerald fosse cantar, Marilyn iria e se sentaria na primeira fileira da apresentação – os teatros, obviamente, amavam a exposição, e assim Ella passava de pequenas casas de shows para grandes concertos.
É interessante como uma oportunidade transforma um sonho que parece algo bom em algo ainda mais fantástico, não é mesmo?
E, às vezes, se tivermos a atitude certa, com fé, a paixão encontra o talento, a ação encontra a oportunidade e a gente tem a chance de se maravilhar com algo tão doce como a voz de Ella Fitzgerald.
English Version
Ella Fitzgerald and the opportunities that change dreams
As well as in life, jazz is a complex and wonderful thing. Perhaps the whole magic lies in its complexity after all.
I discovered that I like… no, wait I don’t just like it, I appreciate it… yes… I discovered my appreciation for jazz around my 20s. Yeah I know, a different musical flavor for someone that age.
However, my gratitude must be documented here to my dear friends who were and continue to be wonderful influences to my ears musically.
One of the first female voices I heard when I started listening to jazz was Ella Fitzgerald’s voice, the “First Lady of Song.”
I’ve heard her songs alongside Dizzy Gillespie, in a Big Band or the songs that were more like a time travel machine, singing alongside the great Louis Armstrong – especially at the Holidays times, the duo’s Christmas songs echoes here at home with as much sweetness as the season asks for.
Ella’s voice is unmistakable, but it was almost unrecognizable as well.
Ella had a complex life story, maybe as complex as a jazz song, but definitely as complex as life. She was orphaned at a very young age, left school early to work, lived on the streets of New York City and even worked as a brothel watchman.
One night, at the iconic Apollo Theater, Ella was waiting for her opportunity to perform at “Amateur Night” – with an important detail: Ella was going to perform a dance number.
Her passion for music was inherited from her mother, who died when Ella was just 14 years old. Ella dreamed of becoming a dancer and so waited for the opportunity to perform at the Apollo Theater.
That night, Ella learned that two sisters were going to perform a dance number, and when she was called from the middle of the audience for her opportunity, she suddenly changed her mind and went straight to the microphone.
Ella sang “Judy”, one of her mother’s favorite songs and, luckily for us, her presentation amazed a lot of people that night. From that point she performed on small stages, met and worked with great musicians and even had the support of Marilyn Monroe who warned: if Ella Fitzgerald were about to sing, she would be there in the theaters to sit in the front row – big theaters obviously loved the audience coming from Marilyn, and so Ella went from small concert halls to big concerts stages.
It’s interesting how an opportunity turns a dream that seems good into something even more fantastic, isn’t it?
And sometimes, if we have the right attitude, with faith, passion meets talent, action meets opportunity, and we get a chance to marvel at something as sweet as Ella Fitzgerald’s voice.
Mas eu juro, dessa vez foi de propósito. Nem precisei ler o restante da matéria, o pensamento foi quem me levou pra longe, na verdade.
Abri o email e, como de costume, fui navegar entre as assinaturas de conteúdos que me fazem bem – tempos em tempos faço a higienização de assinaturas de newsletters e perfis em redes sociais. Recomendo.
Uma delas, focada em saúde mental, dizia: Being Grateful May Actually Make You More Attractive. Algo como: praticar a gratidão pode, na verdade, te deixar mais atraente.
Mas gente, aí está algo óbvio: o que há de atraente em alguém que só reclama, rebate e briga com a vida?
Quem é que quer compartilhar (não dividir, compartilhar) seus dias, seu raro e precioso tempo que passa e não volta mais com alguém que desdenha e não aproveita?
A vida de quem sabe agradecer e reconhecer, incondicionalmente, atrai. Atrai amores, atrai amizades, atrai sorrisos e atrai mais.
Ouça essa crônica em formato de podcast: A Natureza é uma professora em tanto. Só de observar sua sabedoria, como as coisas funcionam, a gente aprende tanto! Ela ensinou...
– Amanhã vai fazer calor. – Ixi, essa semana vai ser quente que só!– Mas o frio chega na quinta-feira. Semanalmente tentamos adivinhar a natureza… E eu não falo do...