Mas eu juro, dessa vez foi de propósito. Nem precisei ler o restante da matéria, o pensamento foi quem me levou pra longe, na verdade.
Abri o email e, como de costume, fui navegar entre as assinaturas de conteúdos que me fazem bem – tempos em tempos faço a higienização de assinaturas de newsletters e perfis em redes sociais. Recomendo.
Uma delas, focada em saúde mental, dizia: Being Grateful May Actually Make You More Attractive. Algo como: praticar a gratidão pode, na verdade, te deixar mais atraente.
Mas gente, aí está algo óbvio: o que há de atraente em alguém que só reclama, rebate e briga com a vida?
Quem é que quer compartilhar (não dividir, compartilhar) seus dias, seu raro e precioso tempo que passa e não volta mais com alguém que desdenha e não aproveita?
A vida de quem sabe agradecer e reconhecer, incondicionalmente, atrai. Atrai amores, atrai amizades, atrai sorrisos e atrai mais.
Confiança: 1. crença na probidade moral, na sinceridade, lealdade, competência, discrição etc. de outrem; crédito, fé. 2. crença de que algo não falhará, de que é bem-feito ou forte o suficiente para cumprir sua função.
Definições do Dicionário
Que definição para confiança, heim? Ambas falando sobre acreditar.
Acreditar em nós mesmos, então, ao se falar de autoconfiança.
Confiar em nossos conhecimentos, habilidades, sabedoria. Que desafio é, em grande parte das vezes, principalmente se considerarmos apenas nós com nós mesmos ou, pra subir o nível pro “hard”, quando os críticos, “haters” ou gente de fora há de colocar a crítica nada construtiva pra dificultar.
Interessante que pode nos dar um gás a mais ou nos enfiar com os 2 pés cimentados ao chão.
A confiança, como vimos ser definida, passa por ACREDITAR. Pela crença. Pela fé, de olhar e dar o passo confiando que o degrau estará lá, mesmo sem ver.
Esse acreditar em nós, ou em nossas habilidades para fazer algo se tornar real sempre vai depender de nos expormos a tentativas fazendo aquele algo, da experiência, desmistificando o que é ou não é. Ou, sempre estaremos presos numa dúvida imaginária, que a gente acha que é.
Bem como também depende não só de dentro, mas de fora, do ambiente em que estamos. Se você confia naquele ambiente, crê naquele ambiente como algo em que haverá de plantar e algo germinará. Seja seu trabalho, a empresa, o ramo, a cidade que mora.
Se você não concorda, confia ou acredita no “sistema” que está envolvido, dificilmente terá confiança na sua criação.
Sempre há um caminho
A parte interessante de se reparar é: sempre há um caminho. É a sua forma, é como funciona pra você– ou seja, esqueça fórmulinhas ou “10 passos para qualquer coisa”…
Se conhecer – abençoado autoconhecimento que vem da Grécia antiga, da filosofia antiga ou moderna, de todo canto – é o melhor caminho.
É o caminho pra saber onde você manda bem, o que funciona pra você, o que é difícil pra você, o que você brilha, o que te faz sofrer em trabalhar. Me dê uma fórmula de física e verás o meu sofrimento imprimir-se na minha face mais rápido que um miojo ficar pronto.
Todo mundo tem falhas. Esteja a par das suas. É impressionante como elas de fazem mais confiante do que fraco.
Autoconfiança não se compra. Se vive. Pelo menos na minha experiência tem sido assim.
Eu ainda sigo me perguntando, cosntantemente, no que estão minhas crenças, onde quero chegar em breve, o que posso aprender mais, melhor, como posso me sentir melhor comigo mesmo.
Isso é autoconfiança, se sentir bem, preparado, feliz consigo mesmo.
E você?
Está construindo seus aprendizados sobre si mesmo ou sobre fórmulas externas que só tampam um buraco com argila fina?
A boa nova é, depende da gente, não é fácil, mas que dá, dá. Tente fazer ser divertido, do seu jeito, melhorar, todo dia um bocadinho a mais.
Você não precisa ser excelente para começar, mas você precisa começar pra se tornar excelente.
Hilary Hinton “Zig” Ziglar.
A gente precisa às vezes colocar um lembrete como esse, do “Zig” Ziglar, na nossa testa. Assim, toda vez que trombarmos no espelho do perfeccionismo a gente consegue lembrar de não se enganar.
Eu não sei você aí, mas eu já me freei de tanta coisa porque eu sabia que ainda estava longe da melhor versão.
Quantas vezes então eu nem tentei, nem comecei porque, na minha cabeça, na imaginação que fica criando futuros tragicamente já julgados e condenados – cujos quais 90% das vezes, ou mais, nunca se realizam – eu já havia falhado.
Quando você para, lê e re-lê o parágrafo acima, meu Deus, como parece absurdo. E é.
E isso vem de quem se orgulha de estudar, buscar conhecer e utilizar metodologias de design thinking e metodologias criativas, onde falhar, experimentar, testar, fazer e buscar aprimorar é a pedra angular da coisa toda.
Mas quem vive a era do julgamento perfeito das redes sociais, dos colegas, das expectativas perfeitas e das mil oportunidades de fazer qualquer coisa está na mira do perfeccionismo congelante.
Será?
Eu convido você a, assim como eu, aquecer. Derreter o perfeccionismo.
Veja, é diferente de fazer no relaxo. De fazer na preguiça. De fazer sem carinho, sem coração, sem dedicação.
Mas, se você se importa em aprender aquilo, em saber como é, vai se sentir à vontade consigo mesmo e consigo mesma, vai gostar do processo, vai querer melhorar o processo, vai querer aprender mais, aprofundar mais. Vai querer passar mais horas naquilo. Vai se divertir naquilo.
E aquilo, de algo longe do excelente, vai, aos poucos, com a dedicação alegre de quem sente prazer em estar ali, na lida daquilo, encontrando a excelência.
E sabe o que é mais legal? Não e a excelência aos olhos, ouvidos ou percepções de qualquer um. É a sua própria excelência em aprender, em ser hoje, mais excelente do que foi ontem, nem que seja um traço, uma palavra, uma linha, um porcento.
Se o seu mal é o perfeccionismo, lembre-se, pra chegar lá, tem que começar.
A solitude trouxe consigo a amiga simplicidade e mudou tudo o que entendíamos como prioridade da vida.
Ontem eu estava lendo um pouco sobre a solitude.
Solitude, palavrinha que tem aparecido um tanto mais nessa época que vivemos, não é?
Mas qual a diferença da solitude para a solidão?
Solidão se refere a dor de estar sozinho, ao meu ver, até uma coisa de dependência ou desejo, que coloca a alegria fora de nós.
Claro que falamos aqui num contexto onde podemos escolher como encarar o estar só. Não é o contexto de abandono, ou qualquer outro.
Bem, já a solitude fala sobre a alegria de se estar só, a glória de se encontrar consigo mesmo, na sua companhia. E convenhamos, seremos nossa companhia o tempo todo, pro resto da vida; que seja uma boa companhia.
Esse tempo que vivemos veio contradizer muita coisa não é?
Para antes, a “alegria” externa da vida moderna e agitada pedia acordar cedo, exercícios pelo menos 3 vezes por semana e de preferência em academia bacanuda, uma grande círculo de amigos, preferencialmente que pudesse chamar pra churrascada de final de semana. Ou vários grupos pra ter o que fazer nos 4 ou 5 finais de semana no mês. Fim de semana sem o que fazer é coisa de gente chata.
Fora o “ser bem sucedido na carreira” que te permite viajar vezes ao ano, pra longe, nas finanças ter reservas e investimentos, aquele carro novo, aquele restaurante legal e comidas diferentes pelo menos alguma vez no mês. E se não tem foto no Instagram, não comeu.
De repente, o nosso raio de atuação se vê forçado a ficar mais perto de nós.
Que loucura, quem é que pensaria, nesse fluxo acelerado no que não havia tempo nem para olhar os pássaros abafados pelo trânsito ou pelas sacadas fechadas, que bom mesmo, seria ter um tempo extra na natureza, estar com os poucos e bons amigos, viver cantos esquecidos de uma casa que mal se via, cozinhar a própria comida, tirar o atraso dos livros, meditar, estudar, descansar, caminhar…
A solitude é da poesia
Quem diria que a solitude, palavra que segundo o dicionário tem uso poético, seria de tão grande sabedoria e poder. Bom, ela tem uso poético, e se tem algo que poesias sabem bem é olhar para o amor, a beleza da vida, com sinfonia, ritmo e magia.
Quem diria que a solitude chamaria a amiga simplicidade, e, em cheque estaria o consumo, o exagero, a ocupação exacerbada do tempo, a falta do tempo, o superficial.
A solitude é um convite ao silenciar. Não de emudecer, mas de meditar. De apreciar.
Apreciar o que está dentro, desenvolver o que está dentro, acolher o que está dentro. Exibir menos, parecer menos, ser mais, viver mais.
Viver mais a gente mesmo, afinal, estamos na solitude conosco mesmo até, como diria Rubem Alves, ficarmos encantados.
Ah, e que sorte quando temos a chance de compartilhar com outras solitudes, a nossa também.
Esse foi meu jeito de compartilhar a minha, com você.
Que a solidão possa aprender com a solitude, que estar com a gente mesmo, seja menos árido, seja mais aconchegante, divertido e alegre.
Troquei uma idéia também sobre o assunto no Two Minute Tuesday dessa semana, que você confere aqui…
Por que polarizar tudo? Será que não podemos encontrar equilíbrio e aprendizado em ambos os lados?
Fiquei esses dias filosofando…
Galera adora fazer essas comparações né? Seja na viagem de trabalho, no bar, nos bares digitais (redes sociais e lives)… “Quem foi melhor, vai, você viu agora o The Last Dance: Jordan ou Lebron?… AH espera, e o Kobe?”.
Mas gente, por que não curtir, aprender, assistir, se deleitar com o que cada um traz de melhor pro mundo?
Claro, esse é um exemplo, mas tenho testemunhado essa polarização, diria até que essa “futebolização” de tudo. Da política até a melhor série entre duas comédias.
Será que buscar extrair o melhor de cada lado, aprender com todos os lados, buscar mais entendimento não traria uma evolução e, quem sabe, um proveito muito mais feliz de tudo isso?
Esse é o papo desse Two Minute Tuesday. Bora lá?
Veja no YouTube aqui:
Ouça em Podcast aqui:
Entre Lebron e Jordan, eu escolho aprender com todo mundo me deliciar com sua habilidade e jogos incríveis. Entre How I Met Your Mother e Friends eu racho de rir com ambos. Entre chá e café, eu escolho o melhor momento pra cada um. E você, conte aí!
Focamos tanto em realizar atividades apenas com o fim de termos um “produto final” que até achar fotos de pessoas “não fazendo nada” é difícil.
Pois é, gente. Vocês acreditam?
Procurando uma foto para usar na capa do Podcast do Blumerangue que tem a versão em audio aqui desse episódio que estamos falando sobre, descobri que o foco de todo mundo é de fato expor conteúdos de gente “fazendo alguma coisa”.
É uma comprovação prática em como somos ruins em fazer atividades apenas pelo puro prazer de fazer as atividades.
Eu, por exemplo, adoro montar playlists no Spotify. Fazia isso desde quando nem serviço de streaming existia. Aliás, fazia isso em fita K7 – mas não vamos entrar em detalhes aqui não…
Nesse episódio do Two Minute Tuesday eu falo um pouco mais sobre como fazermos algumas coisas – como hobby, por exemplo – apenas pelo prazer, felicidade, alegria e satisfação em fazer aquilo. E apenas isso.
Veja no YouTube aqui:
Ouça em Podcast aqui:
E você, qual foi a última vez que fez algo apenas pelo prazer, pela felicidade e satisfação de apenas estar ali, presente, naquele momento, fazendo o que quer que faça e se satisfaça ao fazer?
Sem dúvidas, top 3 das melhores lives que assisti até o momento nesse período de festival de lives em que vivemos.
Sábado, o dia que precede o dia do descanso e da contemplação.
Sábado que também é dia de colocar a vida em ordem, em algumas de suas áreas. Pra nós, aqui em casa, dia de fazer faxina, de bagunçar a casa para poder limpar tudo direitinho e, depois da bagunça, ter tudo arrumado e aconchegante novamente.
Aproveitei o momento para colocar os companheiros inseparáveis de trabalho, os fones de ouvido, e ouvir, então, uma live da Casa do Saber que vi que rolou, não pude assistir ao vivo, porém, na beleza do YouTube, pude acompanhar num momento propício.
Levando em conta que já estava com os podcasts em dia, considerei o tempo de 2 horas de aula do Professor Clóvis de Barros, de quem acompanho o trabalho há tempos (da entrevista no Jô aos seus deliciosos e leves livros), para me acompanhar na lida da casa.
A filosofia da vida boa de ser vivida
Foi, se não a melhor, uma das melhores lives que pude acompanhar nesse tempo de reclusão em nossas casas.
Uma aula, empolgada, sincera, viva, cheia de filosofia e pensamentos voltados ao amor pela vida. Amor pelo momento atual. Por viver e construir o que há agora. E mais, amor pelo estudar, saber, conhecer, aprender. Mais que tudo, aprender. Sempre.
Se você também quer aprender, eu recomendo fortemente assistir ou ouvir a essa aula. E, se você não consegue parar as 2 horas direto, ouça e veja de pouco em pouco, em doses homeopáticas. Mas veja – se a vida boa de ser vivida e o aprendizado são temas de seu interesse, lógico.
Três grandes pontos finais
Eu poderia trazer aqui alguns resumos dessa aula, mas eu não creio que me atreveria a tanto.
Passado e futuro acontecem no agora, vivemos ambos no momento presente, portanto, não há outro momento se não esse.
Não há sentido em classificar o momento de vida que vivemos agora como uma “sala de espera” de um outro momento. A vida boa de ser vivida é essa, é o agora, é onde se pode fazer algo, construir algo, viver de fato o que há para ser vivido.
Esvaziar-se de pretenções para abrir espaço para aprender sempre e aprender ou fazer o que se gosta, não porque a sociedade ou alguém diz que é melhor, mas porque, independente da “produtividade” daquele aprendizado, ele, o aprendizado, te fez feliz.