Existem momentos na vida, seja na carreira ou na vida pessoal, em que as coisas ficam absolutamente intensas, velozes e vorazes.
Um perigo!
Um perigo para a ansiedade, que não vê a hora de acabar.
Um perigo para a presença, já que tudo está tão veloz que não conseguimos aproveitar o tempo, que corre de nós.
Um perigo para a disciplina, já que a gente tende a deixar toda a energia focada naquela correria e, aí, essa fonte de energia se esvai e não sobra para mais nada. Nem para o que é essencial ou importante.
Um perigo para o foco, que ou se perde em uma única coisa e esquece do resto da vida, ou quer dar conta de tudo e esquece que precisamos de um espaço pro nada.
Um perigo.
Um perigo para nós, que acabamos não vivendo nenhum dos tempos — nem presente, nem passado, nem futuro. Estamos ocupados demais fazendo, fazendo e fazendo, que não lembramos o que fizemos, não temos presença para o que estamos fazendo e só queremos que no futuro não façamos nada disso mais.
Já diziam os Titãs: é preciso saber viver.
É preciso saber escolher. É preciso saber identificar o perigo de uma vida corrida, de uma vida não vivida.
E aí vem uma coisa barulhenta: a decisão de como vivemos a vida é nossa. É, acredite, eu sei, é desagradável assumir, mas deixar de viver cada instante de nossos dias é ainda bem pior:
É um perigo!