Recentemente voltei a assistir um dos programas favoritos da minha adolescência — e só assim descobri que era um favorito. E descobri mais: quanta influência teve em mim.

“Smallville, as aventuras do Superboy” estreou em outubro de 2001, quando eu estava prestes a completar meus 15 anos. Colégio novo, entrada no ensino médio, numa fase nova da vida: da adolescência ao jovem adulto. Meio que tudo junto com o mesmo jovem Clark Kent.

Eu já era fã de quadrinhos há tempos – bem antes de “nerd” ter o significado que hoje possui – e até então haviam bons filmes do Superman, mas acompanhar um jovem Clark, seus problemas adolescentes e a descoberta de si mesmo e de seus dons e habilidades, poxa, era fácil se reconhecer.

Mas eu volto a falar mais disso em outro texto que já está aqui nos meus rascunhos. Hoje eu quero falar sobre música!

Calma, só parece que não tem nada a ver, mas tem, prometo! Acompanhe…

Praticamente todas as músicas que seguem sendo minhas favoritas na vida, os pop rock tudo, figuraram nos episódios de Smallville. TODAS. Não tem uma que ficou de fora — aliás, parabéns aos produtores musicais da série, viu? 12 temporadas que brilharam.

Mas isso me colocou pra pensar… minhas músicas favoritas estavam lá por estarem tocando muito nas rádios ou tocaram muito nas rádios (e no meu coração) por estarem na série?

Foram as músicas que eu passava tardes pós-colégio tirando no violão. Algumas no contra-baixo esperando que a galera da banda topasse incluir quando fossemos tocar.

Eram as músicas que o adolescente apaixonado, revoltado ou que só queria curtir um som colocava na caixinha de som do computador de torre branco… ou nos toca-CD’s com fones de ouvido.

Smallville foi uma série muito musical, da abertura inconfundível com Save Me da banda Remy Zero até todas as cenas icônicas que sempre tinham um pop rock delícia tocando de fundo. Cenas românticas, ação, fechamentos, esperança… a cada episódio, todas tinham suas trilhas próprias.

Quando foi que paramos de fazer cross-over de arte, hein? Músicas do mundo real tocando em séries, quase não vemos mais…

E eram músicas “puras”. Eu quero dizer que tinham muito pouco “digital” no DNA delas, tanto na letra quanto na melodia. Falavam de amor, da vida, citavam kryptonitas, Superman, e coisas da vida em analogias que coincidem com a nossa vida. Uma ou duas guitarras, um contrabaixo, uma bateria, e quando muito um teclado acompanhavam vozes fortes.

Era o que tinha na época. O famoso “o que tem pra hoje”. No caso, “o que tinha pra ontem”, e como era bom!

Era o que tinha também para uma série que queria uma audiência jovem. De músicas que faziam sucesso a novas bandas sendo descobertas, tudo funcionava redondinho como trilha sonora da vida do jovem Clark. E da minha.

Talvez seja só saudosismo da minha parte, mas era mais simples, era mais sobre a história, sobre conexão com a gente e falar sobre valores, que são a minha parte favorita sobre o Superman e suas lições impecáveis — o maior representante da frase “fazer a coisa certa é sempre a coisa certa a se fazer”.

Rever Smallville me lembrou de muita coisa que aprendi com o Superboy no tempo em que ele compartilhou suas músicas favoritas comigo. Era simples, e como todo simples, foi também efetivo.

Sigo te ouvindo, Clark! Aperta o play.