Essa aqui é a Sage, a estudante de 19 anos que se cansou de ouvir sobre catástrofes climáticas sem esperança nas aulas de ciências e partiu pra ação: criou um curso que hoje é ensinado na universidade de Berkeley.

Você pode ativar as legendas em português no YouTube.

Eu sei, esse aqui é um texto com muito mais cara de post de blog do que de crônica, mas essa é a beleza da crônica, ela vai pra onde ela quiser — ou precisar — ir.

Quando falamos em super-poderes a primeira coisa que pipoca na sua cabeça deve ser o mesmo que na minha: força sobre-humana, velocidade, raios, energia… Dentro de todo meu jeito “geek”, leitor de quadrinhos e fã de histórias de super heróis e heroínas eu aprendi a pensar diferente sobre super-poderes.

Eu aprendi que na realidade, os super-poderes estão muito mais enraizados na nossa ética, moral, inteligência e intelecto do que qualquer outro atributo físico — o que faz cada um de nós super-poderosos e poderosas em potencial.

O John Mayer diz que sua habilidade de compor é o mais próximo de ter super-poderes que ele já chegou. Guardadas devidas proporções, toda às vezes que sendo pra me escrever, que anoto uma ideia no meu caderninho de anotações ou que clico em “publicar”, eu sinto o mesmo.

É aquele sentimento que deve sentir quem encontra e exerce “seu propósito”. Uso aspas, pois ultimamente temos tentado colocar propósito numa caixinha, quando na verdade ele é muito mais perene e etéreo.

E para quem fala que jovens só querem exercitar os dedos passando por vídeos de quinze segundos no celular, Sage vem mostrar que tem muito mais acontecendo por aí, que tem um juventude toda usando seus super-poderes — e como sempre, pouca gente falando sobre o que há de bom no mundo!

Sage usou sua orientação para ação e o chamado de construir um mundo com mais vida. Ela começou por um lado, mas foi logo descobrindo que “não existe justiça humanitária sem um planeta pra estarmos nele”. Onde muitos viram apenas catástrofes, ela viu transformação.

Na sua própria faculdade criou um curso livre. Tanta gente se inscreveu no curso que gerou tanto impacto que Sage foi convidada a ministrar o curso oficialmente — o curso acabou virando currículo da faculdade de Berkeley.

Eu sei que muitas vezes nós — com super-poderes ou sem — temos um vilão ou vilã muito próximo de nós, nos acompanhado de perto, nas sombras, quando menos esperamos. É uma voz, que vem de dentro da gente contestando tudo o que uma outra voz, essa iluminada, tenta nos orientar diariamente.

A voz das sombras não é nossa, foram crenças, padrões e ideias que ouvimos tímpanos adentro durante toda a vida.

A voz luminosa, essa sim, vem dos nossos talentos, habilidades, vem do nosso coração e intuição, que sempre sabem para onde devemos ir.

Só tem um jeito de apoiar a voz luminosa dos nossos talentos, do nosso propósito, e calar cada vez mais a voz “impostora”: criar. Criar um curso na sua faculdade, criar um texto, criar uma música, criar um desenho, criar uma rotina saudável, criar espaço para meditar, criar um “eu” hoje que é uma versão melhor que o eu de ontem.

Não há limites para o impacto e o bem que podemos fazer à partir daquilo que realmente nos importa.

E hoje, você não precisa começar nada grandioso como um curso em Berkeley. Sage não começou assim, ela começou com o rascunho de uma aula. Ela começou trabalhando em si mesma.

Você e eu somos universos que fazem parte do universo, e é na gente, hoje, aqui, num passo de cada vez que algo super-poderoso e transformador acontece.

Avante!