Andorinha não acorda com coruja
Ouça essa crônica em formato de podcast:
A Natureza é uma professora em tanto. Só de observar sua sabedoria, como as coisas funcionam, a gente aprende tanto! Ela ensinou e inspirou de filósofos a designers. Por que não nos ensinaria a viver melhor?
Eu sempre me considerei uma pessoa da manhã. Eu gosto de levantar cedo, eu acordo energizado, já pulo da cama ativo, falante, fazendo coisas, aterrorizando as pessoas noturnas – exceto no inverno, que a gravidade em volta da cama aumenta consideravelmente e dificulta o ato de se colocar em posição vertical, distante dos cobertores.
Obviamente que houve um tempo, lá da faculdade, que eu, sem muita escolha, por estudar à noite e trabalhar durante o dia tinha que render à noite tanto quanto o dia. Até hoje não sei como, mas eu o fiz.
Mas não adianta, eu sei que que meu melhor acontece de manhã. A minha energia e potencia de viver, de fazer, de criar, de trabalhar, de produzir ou de qualquer outra coisa está mais elevada ali.
Aí vem o povo dos estudos de produtividade…
Dizem então que, segundo os testes, as pessoas noturnas tem melhor desempenho de memória, velocidade de processamento ou habilidades cognitivas, ou ainda tendem a ser mais criativas que as pessoas matinais.
Isso significa que, se eu me forçar a ter hábitos noturnos vou então guardar mais informações? Vou resolver problemas mais rápido? Vou criar melhor?
Mas calma. Tem mais. Dizem também os estudos da produtividade, que as pessoas matinais, inclusive extremamente matinais que acordam 5h30, 4h, 3h45 da manhã (não dou conta… no inverno então… vish) tendem a ser mais persistentes, auto-orientadas, planejam melhor.
Tá, mas então e a sua própria natureza e a natureza?
Pois bem, reparemos nesse bicho que é símbolo da sabedoria, que inteligentemente, instintivamente, naturalmente tem seus hábitos noturnos: a coruja.
Por motivos bem óbvios, aprendi que ela mantém seus principais hábitos à noite, onde há mais chances de encontrar roedores, insetos e outras presas que a alimentam e que também tem hábitos noturnos, além de ficarem desprovidos da luz, facilitando a caça da sábia coruja.
Coruja vai caçar de dia pra quê?
Será que se ela soubesse que as Andorinhas, com sua beleza e graça se alimentam, durante os vôos, dos insetos voadores que estão presentes mais durante o dia no ar ou nas árvores, ela então iria mudar os hábitos só porque dizem que a Andorinha come por volta 1500 insetos por dia?
A Andorinha que é também reconhecida símbolo da alegria que traz o fim do inverno e chegam cantando a primavera (por seus hábitos migratórios, ela não é fã do inverno, imagino que também sofra pra levantar cedo).
Será mesmo que a Coruja ia trocar seus roedores e grandes insetos que raramente são vistos dando bobeira durante o dia pra virar Andorinha?
A Natureza sabe. A biologia sabe. A ciência sabe. A gente também deveria saber…
Sabe porque o Tim Cook, CEO da Apple, arrebenta ao levantar às 3h45 da manhã? Sabe por que alguns grandes músicos compõem bem demais e são criativos na madrugada?
Por que eles e elas estão respeitando as suas naturezas. E é isso.
A ciência também concorda: não é uma questão de força de vontade, de hábitos e etc, é uma questão biológica, natural.
A Coruja se dá bem pois ela é quem ela é. A Andorinha também. E eu não tenho dúvidas de que você ser quem você é, seja da manhã ou seja da noite, vai garantir que você se dê bem também.
A natureza ensina – e somos parte dela – nem acima, nem abaixo, parte.
Autoconhecimento, minha gente, da Coruja, da Andorinha, meu ou seu é o que mais vai ajudar você a fazer seja lá o que você queira, de curtir seu dia e jardinar a trabalhar e ter mais produtividade. É simplesmente o natural.
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