Cotidiano

O Olimpo radical

Não se começa um texto sobre esportes radicais seguindo regra.

Esporte radical é zica!

Ver o skate, o surfe, o BMX ocupando seu espaço no Olimpo do esporte é zica!

As brasileiras e os brasileiros são embaçados. Nascemos radicais, sem medo do medo, com coragem de viver e aproveitar cada obstáculo que pinta na nossa frente, e olha, não são poucos.

Brasileiras e brasileiros são zica!

De uma mãe que sonhava em viver uma Olimpíada do seu carrinho, como Gabi Mazetto, a uma jovem que, como ela mesma diz, é “uma adolescente como todas as outras, que vai para a escola, que sai com os amigos e que fica de castigo” — mas agora aprendeu as lições — e levou muitas medalhas nos seus 16 anos de vida, somando agora duas medalhas olímpicas. Essa é Rayssa Leal.

Um moleque de um esporte que pouca gente conhece, mas que quando ocupa a tela da TV hipnotiza: Bala Loka desafiou a gravidade e o conhecimento de todo mundo no BMX.

Nosso time do surfe subiu ao pódio no masculino e no feminino. Medina, dono da foto das Olimpíadas, mostrou que nem sempre o talento, o preparo e a vontade vencem, quando falamos na Mãe Natureza, muito depende Dela e das ondas que mandar também, e ela mandou um bronze pra gente. Ela sabe o que faz.

Já Tati Webb, que brilhou demais, sentiu o gostinho amargo dos esportes radicais que são decididos com uma nota e uma percepção de júris. Tati triscou na medalha de ouro, ficando com a prata mais dourada do surfe nessa edição olímpica.

Mas pra falar a real, para além das medalhas e das histórias brasileiras, o esporte radical tem uma outra característica ímpar, e talvez seja o espírito mais olímpico possível: em nenhum outro esporte você verá tantos atletas torcendo por seus competidores, técnicos se abraçando e vibrando juntos uns pelos outros. Nações de continentes diferentes juntas, celebrando cada manobra.

É tudo sobre o esporte, nada sobre o ego.

A comunidade radical é radicalmente do bem.

Autossuperação, parceria, união e boas quebras de protocolo. É só a segunda Olimpíada Radical, imagina só quanta história ainda vem voando e dando flip por aí…

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