Desconhecidos da academia são desconhecidos diferentes dos demais desconhecidos. Não são aleatórios.

Não sei a profissão, o tipo de música favorita, se gostam de Marvel ou de DC.

Eles não me conhecem. Não sabem se sou escritor, estudante universitário ou biólogo marinho — e que, no meu caso, gosto de Marvel e gosto de DC.

É diferente de cruzar com as pessoas na rua ou em um café.

Academia é uma rotina. Se você vai a um certo horário todos os dias, vai sempre encontrar a mesma turma.

Alguns cumprimentam, outros não fazem questão nem de lhe direcionar o olhar, mesmo que estejam lá, dividindo o mesmo espaço geográfico no mesmo horário, diariamente. E tudo bem.

Posso ser sincero? Às vezes, o introvertido em mim até prefere assim.

Essas pessoas nem imaginam o que se passa nos meus fones de ouvido, e eu não tenho ideia do que está tocando nos deles — tirando um cidadão peculiar que insiste em cantar em voz alta as músicas que está ouvindo em seu próprio fone.

Mas tem uma única coisa que eu consigo comprovar por um fato: se a pessoa é sem noção ou não. Nada, absolutamente nada nesse universo, pode perdoar a pessoa que coloca pesos fora da ordem que encontrou os pesos.

E há ainda um tipo pior: o que sai de um aparelho sem higienizar o equipamento. Desses desconhecidos sou incrédulo, espero não encontrá-los nem em um café.